terça-feira, junho 28, 2011

Trecho do livro A CABANA

(...)
Com os olhos fechados, balançando para trás e para a frente, implorou:
— Me ajude, Papai. Me ajude! O que eu faço? Como posso perdoá-lo?
— Diga a ele.
Mack levantou os olhos, como que esperando ver um homem que nunca havia encontrado. Mas não havia ninguém.
— Como, Papai?
— Só diga em voz alta. Há poder no que meus filhos declaram.
Mack começou a sussurrar, primeiro hesitante, depois com convicção crescente:
— Eu te perdôo. Eu te perdôo. Eu te perdôo.
Papai o abraçou com força.
— Mackenzie, você é uma alegria enorme.
Quando ele finalmente se controlou, Papai lhe entregou um lenço umedecido para limpar o rosto. Depois Mack se levantou, a princípio meio inseguro.
— Uau! - disse, rouco, tentando encontrar uma palavra capaz de descrever a jornada emocional por que havia passado. Sentia-se vivo. Entregou o lenço de volta a Papai e perguntou: — Então, tudo bem se eu ainda sentir raiva?
Papai foi rápido em responder:
— Sem dúvida! O que ele fez foi terrível. Ele causou uma dor tremenda a muitas pessoas. Isso é errado e a raiva é a resposta certa para algo tão errado. Mas não deixe que a raiva, a dor e a perda que você sente o impeçam de perdoar e de tirar as mãos do pescoço dele.
Papai pegou sua mochila e a colocou no ombro.
— Filho, talvez você tenha de declarar seu perdão uma centena de vezes no primeiro e no segundo dia, mas a cada dia serão menos vezes, até que um dia você perceberá que perdoou completamente. E vai chegar o momento em que rezará pela plenitude dele e o entregará a mim, para que meu amor queime na vida dele qualquer vestígio de corrupção. Por mais incompreensível que possa parecer no momento, talvez um dia você conheça esse homem num contexto diferente. (...) 



 Vale a pena ler!
 

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